Manifesto

Fotografar em cybershot é sobre se desvincular do analógico, abraçar o digital e não se render ao comum click do smartphone. É sobre o esforço de carregar um objeto destinado apenas para fotografia, sem o automático ato de captura e postagem. A maturação da imagem se cria entre o período de clicar e expor.

Capturando sem grandes equipamentos, caras lentes ou edições perfeitas. Fotografar em Cyber Shot e todos os modelos que foram afogados pela metonímia durantes os anos 2000 é sobre a vontade de evocar sentimento dos registros caseiros presente nesse singular equipamento.

Sendo o ponto de encontro entre tecnologias, a transição personifica a Cybershot. A sua estética nos transporta para o começo de um novo milênio, onde as câmeras transitavam de mãos em mãos durante as festas de família. Depois os arquivos transitavam de dispositivo em dispositivo. E agora, após seu declínio, seus corpos transitam entre gerações em gerações. Estagnados em lugares perdidos, onde após uma limpeza que há anos não é realizada, escuta-se um “lembra dessa câmera” e a rápida brisa de nostalgia preenche o espaço por inteiros 3 segundos.

Este manifesto é sobre tirar essas câmeras das gavetas e preencher o cyberespaço com fotografias que pelo menos o botão do click é real. E se após o click acontecer, o dia passar, o mês percorrer ou o ano acabar, a imagem permanecer viva em você, talvez ela não seja apenas pixels em vão. Talvez aquele fragmento de vida aprisionado deva ser compartilhado com a pequena grande cadeia de pessoas a que você está conectado.

Cybershot Clicks é sobre isto.